Da Redação - Seminário de Segurança Pública Municipal do IPECS
No dia 27 de maio de 2015, foi realizado no Plenário Dom Pedro I da
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o Seminário de Segurança Púbica
Municipal, organizado pelo Instituto de Pesquisa, Ensino e Consultoria Técnica
em Segurança Pública - IPECS, contando com a presença de representantes de
Guardas Municipais preocupados com a efetivação da Lei
nº 13.022, que instituiu o Estatuto Geral das Guardas Municipais, e com as
alterações que possam ocorrer na Lei
10.826, conhecida como Estatuto do Desarmamento, sendo de consenso que
precisamos discutir constantemente sobre a criação de um novo modelo de
segurança pública, em que tenhamos uma participação efetiva dos municípios, que
nesse momento são as maiores vítimas da violência, pois não possuem o aparato
das Policias Estaduais, e encontram inúmeras dificuldades em constituir Guardas
Municipais.
Importante destacar que a estrutura hierárquica das Guardas Municipais
precisa ser repensada, pois no momento a maioria das Corporações não tem
influência nas formação do efetivo e nos procedimentos disciplinares, destacando
que esses cargos possuem conotação política e muitos de seus ocupantes não detém
formação acadêmica ou experiencia no segmento segurança pública, o que tem
prejudicado o desenvolvimento institucional.
A discussão sobre a formação e aperfeiçoamento dos Guardas Municipais foi
brilhantemente resumida na frase do Comandante Benedito Zanin, da Guarda Civil
Municipal de Sorocaba (São Paulo) de que "Guarda Municipal deve ser formado por
Guarda Municipal", destacou ainda a importância das Corporações Municipais
estabelecerem protocolos de cooperação de ajuda mútua para a qualificação
permanente do efetivo, em especial, do Estágio de Qualificação Profissional
anual previsto no Estatuto do Desarmamento.
Tivemos a oportunidade de discutir o atual modelo de controle interno e
externo, para sua adequação as diretrizes do Estatuto Geral das Guardas
Municipais, sendo o modelo atual defendido pelo Advogado Ricardo de Macedo,
Ouvidor da Guarda Civil Municipal de Ribeirão Preto (São Paulo), destacando a
importância de que os Corregedores e Ouvidores tenham formação acadêmica e
conhecimento técnico, inclusive relacionados ao material bélico e técnicas
operacionais das corporações, destacando que o controle externo e interno
evitariam o corporativismo, no entanto, devemos avaliar que o controle interno é
voltado tão somente as questões disciplinares que devem ser apreciadas por seus
Comandantes, pois acredito não ser racional que a autoridade máxima em Guardas
Municipais, inclusive instituídas por lei, se abstenham ou não tenham
discricionariedade disciplinar sobre seus subordinados, deixando tão somente aos
cargos políticos tais decisões, me soa estranho que corporações não sejam
corporativistas, o que não pode ser confundido com impunidade, porém o requer
ampla discussão.
A segurança Pública requer discussões permanentes, sendo primordial que as
Guardas Municipais se atenham na necessidade de elaborar planos de ação, se
organizarem enquanto Instituições, trocarem experiências com as Corporações
vizinhas, com as Policiais Estaduais, órgãos do judiciário, com a sociedade
civil, para que realmente possamos criar um novo modelo de segurança pública que
combata a violência e tenham ações comunitárias e preventiva, sendo importante a
realização de seminários, cursos, palestras para fomentar esses princípios.
Autor: Wagner Pereira
Classe Distinta da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo
Bacharel em Direito pela Universidade São Francisco
Pós-Graduado em Direito Administrativo pela Escola de Contas do TCM-SP
Postado por Os Municipais
http://osmunicipais.blogspot.com.br/2015/05/da-redacao-seminario-de-seguranca.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário